INSCREVA-SE NO CANAL E ASSISTA MAIS VIDEOS

confira os MELHORES MOMENTOS Sporting Cristal 1 X 1 Santos- Gols- Libertadores

Top 10 belas torcedoras do santos no facebook.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Maior campeão pós era-Pelé, Léo iniciava sua trajetória no Santos FC há 15 anos



ASSISTA O VIDEO DO GOLAÇO DO LEO  ACIMA


SANTOS FC - No exato dia 27 de agosto de 2000, o Santos Futebol Clube-SP entrou em campo para encarar o Palmeiras-SP pelo Campeonato Brasileiro. Embora tenha sido derrotado por 3 a 2 na Vila Belmiro, um atleta saiu aplaudido de campo: o lateral-esquerdo estreante Léo.

Recém-chegado do União São João de Araras - havia sido contratado três dias antes -, o jogador já ganhou a condição de titular, bancado pelo técnico Giba, e com a camisa 4, tradicionalmente reservada aos laterais direito santistas. Afirmou na época ao Jornal ‘Folha de S.Paulo’que deixaria seu sangue em campo para fazer o Santos campeão.

Desde então, Léo foi se consolidando como ídolo santista, ganhando o apelido de Guerreiro da Vila. Apesar de ter estreado com a camisa 4, esteve sempre carregando o número 3 em suas costas. “Quando cheguei me deram a 4 e eu não queria nem saber, queria entrar em campo”, declarou o ex-jogador.
Chegada na Vila
Léo já havia sido emprestado ao Palmeiras em 1999, mas não teve muito espaço no clube alviverde. De volta ao União São João em 2000, ele ressalta que viu no Santos sua última chance de ascensão na carreira. Contudo, a equipe praiana não vivia uma situação confortável naquela época. Mesmo com os títulos da Taça Conmebol em 1997 e do Torneio Rio-São Paulo um ano depois, a torcida já cobrava o fim da fila, pois a agremiação não ganhava um título de grande expressão desde o Campeonato Paulista em 1984.

A pressão era muito grande. As faixas da torcida ficavam de cabeça para baixo na Vila Belmiro. E mesmo com o ambiente desfavorável, Léo enfrentou a pressão. “Foi uma responsabilidade danada quando cheguei. Olhava o pessoal e via a tensão. Para mim era difícil, encarei como a última chance minha em time grande. Acho que fiz só dois treinos e já fui para o confronto. Apesar da derrota, sai aplaudido de campo e foi o início de uma trajetória muito vitoriosa”, avaliou. Com tudo adverso, Léo ressalta que chegou pensando apenas em conquistar seu espaço. “Não tinha dimensão de que seria tudo isso. Minha primeira meta era ser titular, conquistar meu espaço, sempre sendo muito dedicado. Encarei como último desafio, já não tinha passado pelo Palmeiras e não tinha ficado. Se não ficasse no Santos depois seria complicado”, declarou.
Período difícil
Léo ainda viveu momentos complicados no alvinegro. Em 2001, a equipe caiu de forma dramática para o Corinthians na semifinal do estadual. Em 2002, foi eliminado precocemente do Torneio Rio-São Paulo e ficou três meses só treinando para disputar o Campeonato Brasileiro.“Foi terrível esse período. Cheguei em um momento de transição, com a chega do presidente Marcelo Teixeira. Salários de até cinco meses atrasados. Foi momento difícil, muito difícil que o Santos viveu. Mas graças a Deus logo depois disso veio o título e aliviou essa tensão”, apontou.

A segunda geração dos Meninos da Vila
Em 2002, o Santos disputou um amistoso contra o Corinthians na Vila Belmiro, antes do início do Brasileirão. A vitória por 3 a 1 fez com que o elenco fosse mantido para o torneio nacional. “Tivemos muita dificuldade nesse jogo, mas iríamos ganhar de qualquer forma. Quando falaram que iria fazer amistoso ali, o Leão nem concentrou. O Marcelo (presidente) deu o aval para ele contratar quem quisesse. Não sei se foi um erro bom (não trazer mais ninguém), jogamos tudo nesse dia, um futebol de primeiro nível. Quando o Leão dá a palavra, não tem jeito”, ressaltou Léo.


Com o triunfo, o time repleto de garotos foi mantido sem a chegada de nenhum grande nome, ideia inicial do clube. “Deu tudo certo. Como eu digo, quando as coisas são para conspirar a nosso favor... Chegou o Emerson Leão, eu, o Elano que veio brigado da justiça com o Guarani. O Robinho subiu, juntamente com o Diego. O Alex (zagueiro) seria dispensado, até que faltou um atleta para um treinamento e ele foi chamado e então ficou. E essa conjuntura de coisas fez com que nos tornássemos um grande time”, avaliou.

Naquela temporada, o Santos terminou a fase de classificação apenas na oitava colocação, com 39 pontos. A vaga nas fases decisivas veio somente na última rodada: mesmo perdendo por 3 a 2 para o São Caetano, o clube praiano contou com o tropeço do Coritiba (derrota por 4 a 0 para o já rebaixado Gama) e avançou.

Nas quartas de final, a equipe iniciou a disputa como zebra. Logo de cara enfrentaria o São Paulo, que tinha feito 13 pontos a mais na primeira fase do Brasileiro e era considerado o melhor time do Brasil. “Eles eram tidos como o Real Madrid do Brasil”, lembrou.

Porém, quando a fase decisiva chegou o time cresceu. Na partida de ida, na Vila Belmiro, vitória por 3 a 1 sobre o São Paulo. No Morumbi, novo triunfo praiano: 2 a 1. Na semifinal, o adversário foi o Grêmio e, depois de vencer por 3 a 0 em casa, a equipe foi com o regulamento debaixo do braço e perdeu por 1 a 0, no único tropeço que a agremiação teve no mata-mata. Na decisão, um novo clássico, desta vez diante do Corinthians com os dois jogos no Morumbi. E, mais uma vez, dois triunfos: 2 a 0 na ida e 3 a 2 na volta, de virada.

Na segunda partida, o time da capital chegou a estar vencendo por 2 a 1 aos 39 minutos da segunda etapa e pressionava, já que com mais um gol seria campeão (tinha a vantagem do empate). Então, Robinho apareceu nos contra-ataques para decidir para o Santos. No primeiro, deu passe para Elano. No segundo, a bola sobrou para Léo, após a dividida de Robinho com Vampeta. “Você não tem noção de como isso interfere na minha vida até hoje. Eu não coloco esse gol como o mais importante da minha carreira, mas para o torcedor é uma coisa absurda. Fazer um gol na final, contra o rival e vivendo um jejum de 18 anos... Deitar e morrer era o que eu realmente estava sentindo”, disse o atleta se lembrando da épica frase dita logo após a conquista de 2002.

Libertadores em 2003
Boa parte do elenco campeão de 2002 foi mantido para a temporada seguinte. A equipe foi previamente eliminada do estadual, mas chegou até a final da Libertadores, quando perdeu para o Boca Juniors e lutou pelo bi nacional contra o Cruzeiro, que acabou abrindo vantagem no primeiro torneio de pontos corridos e se consagrou campeão.“A experiência do Boca fez toda a diferença. O time deles tinha muito mais experiência, mais malandragem, sabiam levar melhor o jogo. E mesmo assim buscamos o resultado a todo momento, mas não tinha como. Eles sabiam muito bem como lhe dar com a situação. Eles jogaram muito bem fora e entramos muito pilhados. Isso também nos prejudicou muito”, ressaltou.

Octo nacional em 2014
Aos poucos, a vitoriosa geração foi se desfazendo. Em 2004, o Santos venceu o Vasco por 2 a 1 em São José do Rio Preto e ganhou novamente o Brasileiro. Léo, Elano e Robinho ainda estavam nesse time. A conquista ressaltou a supremacia do alvinegro e ainda marcou o que viria a ser o oitavo título nacional do Santos, depois da unificação dos torneios nacionais. Com essa conquista, o Santos é, ao lado do Palmeiras, o maior campeão nacional.

Após o título, o Guerreiro da Vila definiu a conquista como ‘contra tudo e contra todos’. “Foi isso mesmo, perdendo mando de campo, pênaltis que não marcavam a nosso favor. Ficamos o campeonato todo correndo atrás do Atlético Paranaense. Tivemos o problema com Robinho, que estava vivendo aquela situação (sua mãe foi sequestrada antes da partida contra o Criciúma). Na penúltima rodada, não sei se houve o papo (de que o presidente do Vasco, que enfrentara o Atlético, havia ligado para o presidente do Santos garantindo que o time paranaense não venceria aquele jogo), tínhamos que fazer nossa parte. Iríamos passar o Atlético do mesmo jeito, já que na rodada final eles empataram com o Botafogo. Eles não tiveram uma regularidade que nós tivemos”, comentou, ao lembrar que o triunfo vascaíno por 1 a 0 não foi crucial para o título santista.

Depois disso, em 2005, Léo deixou a Vila rumo ao Benfica. A volta seria somente em 2009.

Retorno
Nascido na cidade de Campos, no interior do Rio de Janeiro, Léo acertou sua ida para o Fluminense. Mas uma ligação fez com que o defensor mudasse seu destino. “Já estava tudo certo. Estava com a minha mãe, que teve um AVC (Acidente Vascular Cerebral) em Campos. Quando recebi uma ligação e decidi voltar para a casa. Esqueci o dinheiro e segui meu coração. Não deu para pensar duas vezes, liguei e agradeci pela proposta do Fluminense. Sempre fui muito coração e não me arrependo da escolha que fiz”, avaliou.

Bem recebido pela torcida, o ex-atleta não teve problemas para se readaptar à Vila. “Quando voltei o clima aqui já era bem melhor. Eu já tinha uma identidade aqui, fui conhecendo melhor. Não tive problemas de adaptação, foi a minha casa. E aí em 2010 já surgiu um novo ‘raio’, o Neymar, que nos trouxe muitas alegrias”, avaliou.

Títulos na volta
Em 2010, mais um estadual e a Copa do Brasil. Em 2011, novamente o Santos foi o melhor time do Estado de São Paulo e ainda venceu a Taça Libertadores, torneio que não levantava desde 1963. Em 2012, o tri estadual e Recopa encerram mais um ciclo vitorioso com Léo na Vila Belmiro.

De todas essas conquistas, sem dúvidas, o título maior foi o da Libertadores. O Santos empatou a primeira partida sem gols contra o Peñarol no Uruguai e trouxe a decisão para o Pacaembu. Neymar e Danilo marcaram para os brasileiros no segundo tempo e, depois do segundo gol, Léo desabafou no microfone da TV: 'Agora é nosso, ninguém tira'. Nem o gol contra de Durval abalou a confiança do guerreiro. “Não tinha mais como. Ali eu tive a certeza. Se eles empatassem, a gente iria fazer o terceiro. Não tinha mais como perder mesmo. A atmosfera no Pacaembu, a alegria da torcida por um título que buscamos muito. Particularmente, desde 2003, quando perdemos a final. Só quem já ganhou sabe como é vencer a Libertadores”, apontou.

A conquista não foi nada fácil. Ainda na primeira fase, o time somou apenas dois pontos nas três primeiras partidas e ficou ameaçado de não avançar para as oitavas. O clube trocou de técnico e Muricy Ramalho chegou. Com Marcelo Martelotte comandando o time interinamente, o Santos venceu o Colo-Colo na quarta rodada por 3 a 2 na Vila Belmiro em uma partida dramática. “Foi uma campanha de superação. Lembro muito bem desse jogo. Foi um sufoco danado. Abrimos 3 a 0, mas sofremos dois gols e tivemos três expulsos”, lembra.

Depois dessa vitória, o Santos precisava vencer o Cerro Porteño no Paraguai para chegar vivo na última rodada. Neymar, Elano e Zé Love, expulsos contra o Colo-Colo desfalcavam o time. Mesmo com tudo conspirando contra mais uma vez, a equipe buscou a vaga. “Uma pressão enorme, ainda mais por ser no aniversário do clube (o Santos completou 99 anos no dia 14 de abril de 2011). Todo mundo dizia que nosso time já era e o Muricy fechou o grupo. Foi uma vitória do técnico”, ressaltou.

Na última rodada da primeira fase, o Santos venceu o The Strongest por 3 a 1 no Pacaembu. Nas oitavas, 1 a 0 sobre o América do México em casa e um empate sem gols fora, graças a Rafael Cabral, que fechou a meta santista. Nas quartas, a equipe venceu o Once Caldas na Colômbia pelo placar mínimo e empatou por 1 a 1 no Pacaembu. Na semi, o Santos reencontrou o Cerro Porteño e teve uma vida mais fácil dessa vez: venceu em casa por 1 a 0, chegou a abrir 3 a 1 fora de casa, mas garantiu o empate por 3 a 3 e a vaga na decisão.

Aposentadoria
A vitoriosa trajetória de Léo, no entanto, não teve um final como o ídolo queria. Depois de 455 jogos com a camisa alvinegra, o alteta não renovou seu contrato que vencia no dia 30 de abril de 2014 e foi aposentado.“Isso é uma frustração imensa. Tive uma carreira consolidada, digna, que poucos jogadores têm. E ser tratado como fui é lamentável. Procuro passar para a atual diretoria como um jogador tem que ser tratado, já que não fui com dignidade. Na época falei um monte, mas hoje, com a cabeça mais fresca, não tem como culpar ninguém. Não tem como esperar algo de quem não tem nada para dar”, encerrou.

Polêmicas

Léo nunca foi de medir palavras. Muito sincero, formulou frases inesquecíveis, como as já apontadas no texto. “Sou um cara que sempre se entregou ao máximo. Sempre me considerei um torcedor dentro de campo. Nunca alterei meu comportamento mesmo ouvindo as críticas”, contou. Suas declarações, sem dúvidas, o ajudaram a ser um grande ídolo da torcida. Assim como sua personalidade. Mas o futebol apresentado dentro de campo sempre justificou por si só a idolatria que vinha das arquibancadas. Léo é o atleta com mais títulos pelo Santos depois da chamada era-Pelé, onde o clube conquistou tudo que era possível. O guerreiro pendurou as chuteiras, mas a marca que essas chuteiras deixaram no gramado da Vila Belmiro jamais serão esquecidas.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Cooral da Familia santista veja..que emocionante